Caraúbas do Piauí: esforço coletivo e solidário
Em 10 anos de atuação para melhorar a realidade de desnutrição infantil, analfabetismo, desemprego e dificuldade de acesso a serviços essenciais, o programa Movimento Solidário marcou a vida da população de Caraúbas do Piauí.
O Movimento Solidário incentivou a formação de cooperativas para reunir as mulheres e homens e foi assim que surgiu uma economia viva e colaborativa, com a inauguração de padaria e horta comunitária, cooperativas de leite e de costura. O município também foi modelo durante a implantação do Bolsa Família. As doações para o Movimento também possibilitaram a aquisição de uma nova ambulância, a inauguração de um Telecentro com computadores e acesso a cursos de informática, bem como a entrega de uma biblioteca.
As ações conjuntas e o engajamento das pessoas mudaram os números do município. A mortalidade infantil reduziu-se a praticamente zero. A bancada de mulheres na Câmara Municipal passou de uma para três vereadoras em 2012. Aumentou ainda o acesso à água potável, tratamento adequado de esgoto e coleta de resíduos. Como resultado disso, o IDH subiu de 0,121 para 0,505, passando para a classificação de médio. O que foi realizado em Caraúbas do Piauí transformou-se em desenvolvimento econômico e social. Houve a promoção dos direitos humanos, da solidariedade e do bem-estar das comunidades.
Em 2005, o município tinha 5.427 moradores e o 18º pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Mais de 80% da população vivia com menos de US$ 1 por dia. Apenas 15% dos jovens de 15 a 24 anos eram alfabetizados, e o desemprego afetava 89% da juventude. Quase 11% das crianças com até dois anos estavam desnutridas.
Em 2015, o Movimento entendeu que Caraúbas do Piauí estava preparada para trilhar o próprio caminho. As palavras de uma líder comunitária do município resumem bem o que isto significa: “A principal ajuda dada pelo Movimento Solidário foi incentivar a formação de associações e cooperativas. Agora, temos trabalho, nosso ganha pão. E está tudo dividido: tem um grupo que compra, outro que vende e ainda tem um para produzir. Estamos tão organizados que o nosso trabalho não vai acabar, porque conhecemos nossos direitos e sabemos reivindicar”.
